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Durante sessão da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (11), o deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) se pronunciou em defesa dos manifestantes que foram presos por participarem dos atos em frente aos quartéis do Exército após as eleições de 2022. A fala ocorre no contexto de declarações recentes do ex-presidente Jair Bolsonaro, que se referiu a alguns desses manifestantes como “malucos” que pediam intervenção militar e o retorno do AI-5.
Otoni de Paula afirmou que os brasileiros que protestaram diante das unidades militares não podem ser tratados com desdém. “Não são malucos, presidente. São homens e mulheres de bem que estavam ali na esperança de que alguma coisa mudaria nesse país”, declarou o parlamentar, adotando um tom enfático e emocional.
Otoni ainda destacou que muitos dos presos agiram motivados por uma expectativa de mudança política e institucional, alimentada por discursos de lideranças nacionais. “Em nome desses que estão presos, movidos por uma esperança que lhes foi dada, chamá-los de malucos não é honesto. Se eu me calasse aqui, seria um covarde — e eu não sou covarde e nem bajulador”, afirmou.
A fala de Otoni surge como resposta ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que, durante depoimento no STF, negou ter incentivado ações antidemocráticas. Segundo ele, se tivesse “torcido pelo pior”, não teria pedido a desmobilização dos caminhoneiros em 2022. “Tem sempre uns malucos ali, com ideia de AI-5, intervenção militar… Mas os militares jamais iam embarcar nisso, porque não cabia”, disse Bolsonaro.
Ainda de acordo com o ex-presidente, sua figura política teria ajudado a evitar maiores radicalizações entre os apoiadores. “Pela minha figura, o pessoal não fez absurdo. Nós tocamos o barco”, completou.
O contraste entre as duas declarações expõe uma divisão no campo da direita brasileira quanto à forma de lidar com os desdobramentos dos protestos que marcaram o pós-eleição. Enquanto Bolsonaro tenta se descolar das ações mais radicais, Otoni de Paula adota uma postura de solidariedade aos envolvidos, reforçando o discurso de perseguição e injustiça.
A fala do deputado repercutiu nas redes sociais e entre apoiadores do ex-presidente, reacendendo o debate sobre a responsabilidade política pelos atos de 8 de janeiro e os protestos que os antecederam.http://www.youtube.com/@Brasiltopperfm