Pastor enfrenta denúncia por oferecer “unção” em regiões íntimas de fiéis
- 09/05/2025
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Muitas das vítimas alegam que estavam emocionalmente fragilizadas, em momentos de separação ou crise pessoal O pastor Humberto Miguez, líder da Igreja Evangélica Crescendo em Cristo (IECC), tornou-se alvo de uma série de acusações de assédio sexual envolvendo ao menos 25 mulheres.Os relatos, que cobrem um período entre 2010 e 2024, descrevem práticas espirituais controversas em que o religioso teria supostamente realizado “unções” em regiões íntimas das vítimas sob pretexto de rituais de cura ou libertação.
“Ele orou, ungiu minha casa e disse que precisava ungir minhas partes íntimas para que a maldição do adultério fosse quebrada, para que toda contaminação que meu esposo tinha trazido fosse quebrada, que só assim eu poderia recomeçar”, relatou uma das mulheres à polícia.
As denúncias foram formalizadas em boletins de ocorrência e ganharam força após um grupo de mulheres, inicialmente em silêncio, compartilhar suas experiências semelhantes. Muitas das vítimas alegam que estavam emocionalmente fragilizadas, em momentos de separação ou crise pessoal, quando se tornaram alvos de investidas do pastor.
Conforme os depoimentos, Miguez se valia da posição de autoridade espiritual para convencer as fiéis a participar de supostos rituais de “quebra de maldições”, nos quais realizava toques invasivos, sempre envoltos em linguagem religiosa. Há também registros de mensagens enviadas pelo pastor com conteúdo de teor sexual, o que reforça as suspeitas de comportamento predatório disfarçado de orientação espiritual.
Em alguns dos casos, o assédio era sutilmente disfarçado de prática pastoral, o que deixou muitas mulheres confusas, sentindo-se culpadas ou amedrontadas para denunciar. A ideia de que estariam “pecando” ao questionar um líder religioso contribuiu para o silêncio prolongado.
Apesar da gravidade das acusações, Humberto Miguez segue frequentando as dependências da igreja, embora tenha sido afastado de suas funções no púlpito. Até o momento, ele não fez qualquer declaração pública sobre as denúncias.
O caso veio à tona quando a esposa de um pastor da mesma denominação também foi assediada. Após o episódio se espalhar na comunidade religiosa, diversas vítimas se uniram, deixando de frequentar a igreja e, em alguns casos, registrando boletim de ocorrência.
As investigações seguem em andamento, e fontes próximas ao caso não descartam que outras vítimas possam surgir nos próximos dias, especialmente após a repercussão pública e o encorajamento proporcionado pelos primeiros depoimentos.