Primeira clínica odontológica digital em território indígena é inaugurada em São Sebastião
- 27/04/2025
- 0 Comentário(s)

A presença dos estudantes indígenas nas universidades tem crescido nos últimos anos. Os jovens indígenas buscam no ensino superior uma forma de vencer as dificuldades que vivenciam, mas também como um processo de resistência e fortalecimento cultural.
Precisamos construir valores humanos que permitam o trânsito das pessoas por diversos campos de saberes. Como indígenas, sabemos que temos que transitar entre os conhecimentos ocidentais sem ser encantados por ele ou transformá-lo em verdade absoluta. É isso que possibilita o verdadeiro diálogo.
É a partir dessa perspectiva que temos discutido, no Ministério dos Povos Indígenas, Ministério da Educação (MEC) e outras instâncias do governo, a criação de uma universidade indígena no Brasil. O Grupo de Trabalho Nacional da Universidade Indígena, criado pelo MEC em 2024, tem trabalhado para finalizar a proposta ainda esse ano.
A universidade indígena será um passo importante numa longa e árdua caminhada dos povos rumo a uma educação escolar indígena que verdadeiramente respeite a diversidade cultural de indígenas e não indígenas, e também entre os muitos povos indígenas do país.
Educação como forma de apagamento
A história da educação formal, no contexto dos povos indígenas, é marcada por momentos distintos. O primeiro deles tinha a educação como elemento da colonização e extinção dos povos indígenas. Como ponto de chegada, essa educação buscava a construção da “sociedade brasileira” — uma sociedade com cultura, língua e valores únicos. É, portanto, uma história de genocídio, em todos os aspectos: linguístico, cultural e físico também.
Já o século 20 foi muito marcado pela educação integracionista, com a ideia de utilizar a língua e os valores indígenas como meios para que os indígenas deixassem sua cultura e se integrassem à sociedade brasileira. Utilizava-se a minha língua, o Guarani, por exemplo, para poder aprender português. E, aprendendo o português, a ideia era abandonar o Guarani.
Uma metodologia, claramente, marcada pelo preconceito, e que perpetuava uma violência no processo educativo, com apagamentos, violência física contra os alunos e traumas psicológicos coletivos.
Educação indígena na Constituição de 1988
Vivemos muitos séculos — de 1500 até o final do século 20 — com um modelo de educação que exterminava os indígenas. Foi só a partir da Constituição de 1988 que iniciamos o processo de construção de uma nova educação indígena, que se propõe a promover o fortalecimento da identidade dos povos.
A educação escolar indígena está intimamente ligada às pautas das lutas dos povos indígenas. A Constituição determina que os indígenas têm o direito de ser indígenas, de ter sua língua, sua cultura. Enfim, de ser diferente. Essa é a base fundamental da mudança constitucional, que orienta também a prática educacional.
A partir daí, passamos por um tempo necessário para a regulamentação da Constituição. Na década de 1990, participamos de muitos debates que levaram, por exemplo, à construção da Lei de Diretrizes Curriculares (LDB), que regulamenta a educação indígena, o bilinguismo, as questões curriculares e de gestão da educação escolar indígena.
De 1988 até hoje é um período curto para recuperar todo o processo de genocídio cultural. Por isso, precisamos estar num ambiente de permanente construção metodológica da educação escolar indígena.
No campo das ideias, a educação indígena é perfeita. Na prática, contudo, ainda há vários problemas que ainda precisam ser resolvidos, como a introdução dos conhecimentos tradicionais dos povos indígenas no contexto da educação escolar, a falta de formação adequada de professores indígenas e o reconhecimento desse contexto intercultural, em que haja o diálogo entre o conhecimento ocidental, acadêmico, e os conhecimentos tradicionais.
0 Comentários
Deixe seu comentário
Aplicativos
Locutor no Ar
Peça Sua Música
No momento todos os nossos apresentadores estão offline, tente novamente mais tarde, obrigado!
Top 10

1. Sou Campeã de Deus (Clipe Oficial)
Ester Dias -

2. Cheiro de Vida [Completo]
Stella Laura

3. Deus Vai Me Sustentar [Clipe Oficial]
Esther Fiaux | Deus Vai Me Sustentar [Clipe Oficial]

4. Quer Vitória |
Luciano Camargo, Mattos Nascimento

5. [DVD Ainda Tem Lugar]
Larissa Pires

6. Ele Nunca Me Deixou LANÇAMENTO GOSPEL 2025
GABRIELA ROCHA IA -

7. Ele Nunca Me Deixou - LANÇAMENTO 2025
Fernandinho

8. | Algo Inédito [Clipe Oficial] Todah Mus
Polyana Martins | Algo Inédito [Clipe Oficial] Todah Mus

9. Faz Algo Novo (Clipe Oficial)
Amanda Ferrari

10. Não Vivo Sem Tua Presença
Jesse Brandão