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Carlo Ancelotti, técnico da seleção brasileira, recebeu condenação da Justiça da Espanha a um ano de prisão por fraude fiscal, cometida durante sua passagem pelo Real Madrid em 2014. O treinador italiano também acabou penalizado com uma multa de 387 mil euros, o equivalente a aproximadamente R$ 2,4 milhões na cotação atual
A sentença inclui ainda a proibição de receber benefícios ou subsídios públicos por três anos. A decisão saiu na sexta-feira, 12 de julho, após o encerramento do processo judicial conduzido em Madri. No entanto, o treinador acabou absolvido de uma acusação semelhante referente ao ano de 2015, o que reduziu a pena inicial solicitada pelos promotores.
Apesar da condenação, o técnico não precisará cumprir a pena em regime fechado, já que a legislação espanhola prevê medidas alternativas para sentenças inferiores a dois anos, especialmente quando o réu não possui antecedentes criminais. A Confederação Brasileira de Futebol informou que acompanha o caso, embora o processo esteja sob responsabilidade do estafe pessoal do treinador.
Durante o julgamento, realizado em abril deste ano, Ancelotti declarou ao Tribunal Superior de Justiça de Madri que jamais teve a intenção de sonegar impostos. O técnico se defendeu afirmando que confiava em seus consultores e não sabia que a estrutura montada para gerir seus rendimentos violava regras fiscais
“Eu só estava preocupado em receber o salário líquido de seis milhões por três anos, e nunca percebi que algo estava errado”, disse o italiano em seu depoimento. De acordo com o próprio treinador, o Real Madrid sugeriu o modelo de pagamento, seguido por diversos profissionais do futebol à época.
Ao longo do processo, Ancelotti chegou a depositar 1,2 milhão de euros de forma voluntária, como forma de demonstrar boa-fé e reparar eventuais prejuízos ao fisco. O gesto foi bem recebido pelo tribunal, o que contribuiu para que a sentença fosse consideravelmente mais branda do que os quase cinco anos solicitados inicialmente pelo Ministério Público.
A acusação partiu de uma investigação que apontou a existência de empresas de fachada usadas por Ancelotti para ocultar rendimentos com direitos de imagem, além de outras fontes de receita, como aluguéis e aplicações. Os promotores classificaram o esquema como “complexo” e com a intenção de mascarar lucros obtidos fora do contrato salarial com o clube espanhol
Entre 2014 e 2015, os valores supostamente sonegados chegaram a 1.062.079 euros, cerca de R$ 6,6 milhões na conversão atual. O técnico negou qualquer intenção de cometer fraude e insistiu que apenas seguiu orientações recebidas por seu consultor financeiro. “Quando o clube me sugeriu, coloquei o Real Madrid em contato com meu consultor. Não lidei com isso porque nunca fui pago dessa forma”, afirmou.
Ao mencionar que treinadores como José Mourinho também utilizaram sistemas semelhantes, Ancelotti reforçou que o método não era incomum. “Naquela época, todos os jogadores e treinadores estavam fazendo dessa forma, parecia a coisa certa a fazer”, explicou o italiano, defendendo-se da acusação de má-fé.
Com a questão judicial definida, Ancelotti embarca nesta sexta-feira rumo aos Estados Unidos. O técnico da seleção brasileira pretende assistir à final do Mundial de Clubes, mesmo com a eliminação do Fluminense. Sem representantes brasileiros na decisão, ele se concentrará em observar o desempenho do Real Madrid, seu antigo clube, que encara o Paris Saint-Germain na semifinal.
O episódio envolvendo Ancelotti é mais um de uma série de condenações relacionadas a fraudes fiscais no meio esportivo espanhol, envolvendo nomes como Cristiano Ronaldo, Lionel Messi e o próprio Mourinho. A situação, no entanto, não interfere diretamente nas funções do técnico com a seleção brasileira, pelo menos por enquanto